Como Formar uma Pastagem de Qualidade para seus Bovinos
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Imagem: Pastagem de qualidade para gados |
A formação de pastagens de qualidade é o alicerce de uma pecuária de sucesso. Afinal, é o pasto que fornece grande parte da alimentação do rebanho, influencia diretamente nos ganhos de peso, na fertilidade dos animais e até na sanidade do sistema produtivo. No entanto, muitos pecuaristas ainda negligenciam etapas cruciais desse processo, o que compromete a produtividade e gera custos desnecessários.
Se você quer aumentar o rendimento do seu rebanho e construir um sistema sustentável, é fundamental entender cada passo da implantação, manejo e manutenção de pastagens de alto desempenho.
📑 Sumário
1. 📍 Escolha da área e análise do solo
Tudo começa com uma avaliação criteriosa da área disponível. Terrenos com boa drenagem, declividade moderada e histórico de uso agrícola são ideais. No entanto, nenhuma decisão pode ser tomada sem a análise química e física do solo.
Esse diagnóstico, feito por laboratórios especializados, revelará:
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pH do solo (ácido ou alcalino)
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Teores de nutrientes como fósforo, potássio, cálcio e magnésio
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Presença de alumínio tóxico
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Capacidade de retenção de água
Com base nesses dados, será possível planejar a correção da fertilidade e a escolha da forrageira mais adaptada ao local.
Procure terrenos adequados utilizando canais confiáveis, como grupos especializados no Facebook, sites reconhecidos e redes de contato no setor agropecuário. Evite fechar negócios com pessoas desconhecidas ou em locais que não transmitam segurança. Essa decisão é fundamental para garantir uma boa formação de pastagem e evitar problemas futuros.
2. 🔧 Correção e preparo do solo
Após a análise, inicia-se a etapa de correção do solo, que pode incluir:
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Calagem: aplicação de calcário para corrigir o pH e reduzir o alumínio
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Gessagem: uso de gesso agrícola para melhorar o perfil do solo em profundidade
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Adubação de base: aplicação de fósforo e potássio para garantir um bom arranque da planta forrageira
O preparo do solo deve ser feito com técnicas adequadas, que variam conforme o sistema adotado:
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Convencional: aração, gradagem e nivelamento
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Plantio direto: sem revolvimento do solo, utilizando culturas de cobertura prévias
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Sistema integrado (ILPF): manejo conjunto com lavoura ou floresta
O importante é garantir boa descompactação, eliminação de plantas daninhas e um leito de semeadura adequado.
Para complementar seu aprendizado, busque vídeos no YouTube que ofereçam orientações práticas sobre o preparo do solo para a formação de pastagens. Há diversos canais especializados, como o Canal do Boi, AgroMais e AgroBrasil TV, que compartilham conteúdos didáticos voltados para pequenos e médios pecuaristas. Essas fontes podem ser especialmente úteis na fase inicial do seu negócio.
Além disso, sempre que possível, consulte profissionais experientes — como engenheiros agrônomos ou técnicos agropecuários — que possam orientar com base nas características específicas da sua propriedade. Um bom planejamento técnico pode evitar erros caros e acelerar seus resultados.
3. 🌱 Escolha da espécie forrageira ideal
Nem toda gramínea serve para todos os solos, climas e objetivos produtivos. A escolha certa da cultivar é decisiva para o sucesso da pastagem. Entre os principais critérios, destacam-se:
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Região climática (cerrado, semiárido, regiões úmidas)
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Tipo de solo e fertilidade
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Objetivo do sistema (cria, recria, engorda, pastejo rotacionado)
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Tolerância a pragas e doenças
Algumas opções comuns:
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Braquiárias (Urochloa spp.): resistentes, adaptáveis e muito usadas em solos médios
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Panicuns (Megathyrsus maximus): como o Mombaça e o Zuri, ideais para solos férteis
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Andropogon, Setária, Cynodon (Tifton 85): indicadas para sistemas mais intensivos ou irrigados
A origem da semente também importa: invista em sementes certificadas e com alto grau de pureza, seja na forma de semente nua, revestida ou peletizada.
Observe as pastagens de outras fazendas da sua região para identificar quais espécies forrageiras são mais utilizadas e bem adaptadas às condições locais. Essa simples prática pode evitar erros comuns e ajudar na escolha da cultivar ideal. Evite investir em gramíneas que você pouco conhece ou que não sejam compatíveis com o solo e o clima da sua área, pois isso pode comprometer todo o valor do investimento inicial.
Busque sempre aprofundar seu conhecimento por meio de pesquisas na internet, vídeos educativos, conversas informais com produtores experientes e a orientação de técnicos ou agrônomos. Informação de qualidade é um dos principais ativos para quem deseja sucesso na pecuária.
4. 🌾 Plantio correto: métodos e cuidados
O momento do plantio deve coincidir com o início do período chuvoso, garantindo boa germinação e estabelecimento. Os métodos principais incluem:
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A lanço (manual ou mecanizado)
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Em linha com semeadora forrageira
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Mudas (brotação vegetativa) para variedades como Tifton
Cuidados essenciais:
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Profundidade adequada de semeadura (entre 1 a 3 cm)
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Cobertura uniforme das sementes com rolo compactador ou niveladora
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Proteção contra formigas-cortadeiras no período inicial
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Evitar sobresemeadura mal feita, que pode causar competição e baixa germinação
Para realizar um plantio de forma correta, com qualidade e eficiência, é fundamental adquirir conhecimento técnico sobre o processo. Uma excelente fonte de informação são os materiais disponibilizados gratuitamente pela Embrapa, que oferecem orientações detalhadas e confiáveis para agricultores e pecuaristas de todos os níveis.
Além disso, escolha um fornecedor de sementes de confiança, que ofereça produtos certificados e com garantia de procedência. Um bom vendedor pode fazer toda a diferença na qualidade da sua pastagem, reduzindo riscos de falhas na formação e prejuízos no seu investimento.
5. 🐮 Manejo inicial da pastagem
Os primeiros 60 a 90 dias após o plantio são críticos. A pastagem deve ser protegida do pastejo precoce, que pode danificar raízes em formação.
Sinais de que a pastagem está pronta para o primeiro uso:
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Altura da forrageira adequada (ex: 80 cm para Mombaça)
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Sistema radicular bem formado
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Solo firme e sem risco de erosão
O primeiro pastejo deve ser leve, com baixa taxa de lotação, apenas para estimular perfilhamento e crescimento vigoroso.
No momento do manejo inicial da pastagem, é altamente recomendável considerar as informações técnicas disponibilizadas pela Embrapa. A instituição oferece orientações detalhadas sobre práticas de manejo que ajudam a preservar a saúde do solo, estimular o perfilhamento das forrageiras e garantir um melhor aproveitamento da área com menor custo.
Para entender melhor como cuidar da sua pastagem de forma eficiente e econômica, acesse este link oficial da Embrapa.
6. 🧪 Manejo contínuo e adubações estratégicas
Uma vez formada, a pastagem exige manejo contínuo para manter sua produtividade. Isso inclui:
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Pastejo rotacionado: descanso e uso alternado de piquetes
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Adubação de cobertura (nitrogenada) após pastejo, para acelerar rebrote
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Monitoramento da altura da forrageira para entrada e saída dos animais
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Controle do pisoteio excessivo e compactação do solo
A aplicação de ureia ou fontes de nitrogênio pode ser feita em doses fracionadas, especialmente em sistemas mais intensivos.
O monitoramento frequente do estado nutricional da pastagem por meio de análises foliares pode indicar o momento ideal para novas adubações, evitando desperdícios.
Além disso, a introdução de leguminosas forrageiras pode contribuir para a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos.
7. 🚫 Controle de plantas invasoras e pragas
Com o passar do tempo, as pastagens podem ser invadidas por plantas daninhas, como:
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Capim-navalha
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Assa-peixe
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Samambaia
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Carrapicho
O controle pode ser:
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Manual (roçada seletiva)
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Químico (herbicidas seletivos pós-emergentes)
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Integrado (rotação com leguminosas, adubação correta e pastejo controlado)
Além disso, é preciso monitorar pragas, como cigarrinhas-das-pastagens, e implementar rotação de pastos e controle biológico, sempre que possível.
A presença de aves silvestres e domesticadas nas propriedades agropecuárias é uma estratégia natural e eficiente para o controle de pragas e parasitas. Espécies como o gavião-carijó, a coruja-buraqueira e a galinha-d’angola ajudam a reduzir populações de roedores, insetos e carrapatos, diminuindo a necessidade de defensivos químicos. Além de contribuírem para a sanidade do rebanho e a proteção das lavouras, essas aves promovem o equilíbrio ecológico no ambiente rural.
8. ✅ Conclusão: O caminho para uma pecuária lucrativa e sustentável
Formar uma pastagem de qualidade vai muito além de simplesmente “jogar semente no chão”. É um processo técnico, estratégico e essencial para qualquer sistema pecuário eficiente. O pecuarista que entende o solo, escolhe a cultivar certa, respeita os tempos da planta e adota o manejo correto, colhe resultados consistentes em produtividade e lucro.
Em um cenário onde os custos com suplementação alimentar crescem e a sustentabilidade ganha força, investir em pastagens bem formadas é a chave para garantir autonomia, rendimento e resiliência na atividade pecuária.
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